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26/01/2021
por Cristiane Viegas
Vacinação da Dona Lurdinha
Foto: Gladimir Amaral /Divulgação
"Iríamos completar 50 anos de casamento em 2021, seria realizada uma baita festa, foi como se eu perdesse um pedaço de mim”. O relato doído é da auxiliar de higienização, Maria de Lourdes da Silva, de 70 anos. Ela atua na Unidade de Pronto Atendimento Zona Norte, a UPA de São Leopoldo. Dona Lurdinha, como é carinhosamente chamada pelos colegas e gestores, trabalha na unidade há mais de três anos. Por ser do grupo prioritário, foi uma das primeiras colaboradoras a ser imunizada com a coronaVac na unidade.
Em 2020, ela encarou um dos maiores desafios da vida, a perda do esposo para à COVID-19.
“Iriamos completar 50 anos de casamento em 2021, seria realizada uma baita festa, foi como se eu perdesse um pedaço de mim, como se eu tivesse morrido junto! Cada dia é uma saudade, aperta o coração e choro praticamente todos os dias. Mas o que me conforta são minhas lágrimas”, desabafa Lurdinha.
Sem o companheiro de uma longa estrada de meio século de união, ainda foi preciso se afastar do ambiente profissional, em razão da pandemia.
“ Foi um momento muito difícil, ter que me afastar do trabalho que tanto gosto, ter que ficar em casa isolada, não fazia nenhuma atividade exterior, ficava só em casa mesmo”.
No retorno ao trabalho, a auxiliar que justamente atua na ala de atendimento da COVID-19, enfrentou os dias de frente, na verdade, voltar ao trabalho foi um antídoto contra a tristeza.
“Por gostar de trabalhar na UPA, sentia muita força dentro da unidade e encarava a realidade, além da necessidade de trabalhar”.
Além da rotina na UPA, o que lhe deu força para seguir em frente foi a família: os três filhos e os oito netos a confortaram. Dona Lurdes sempre acreditou na vacina e ao receber a primeira dose agradeceu.
“Estou muito bem e feliz por ser imunizada”, disse.
E nesse momento inesquecível para humanidade, ela deixou uma mensagem para outras famílias que também perderam parentes durante a pandemia:
“Devemos ter força, porque a vida segue. Apesar de todas as perdas, que foi tipo uma guerra mundial, onde o mundo todo foi afetado, temos que ser gratos a Deus por nos confortar, por estarmos vivos, com saúde e próximos de todos serem vacinados, a dor da tristeza deve se transformar em força, para seguir em frente”!